Em 2011, 599 homens e mulheres foram inseridos no Programa de Proteção à Pessoa. Mais que o dobro em relação a 2010.
Eles foram testemunhas da crueldade humana. As vítimas foram parentes ou amigos. Nair teve o filho assassinado após grupos de extermínio da Mata Norte de Pernambuco serem denunciados por ele. João atravessava uma rua, quando presenciou a execução de um amigo à luz do dia. Maria Luiza teve o filho morto, na porta de casa, porque os bandidos não encontraram o alvo que procuravam. Os três personagens estão ligados pela tragédia. Em busca de segurança e de um recomeço, foram incluídos no Programa de Proteção à Pessoa. Em 2011, 599 homens e mulheres foram inseridos no programa. O número representa mais que o dobro de inserções em relação ao ano anterior, quando 258 participaram.
A Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos destaca que o crescimento acontece principalmente entre a classe média, devastada pelo crack. Os investimentos do estado também aumentaram: mais de R$ 4 milhões por ano. O programa foi criado em 1997 pelo governo estadual e ampliado dez anos depois. Os protegidos deixam para trás a casa, o trabalho, os amigos e familiares. Assumem uma nova identidade.
Com restrições a telefone, TV e outros meios de comunicação, dão espaço à assistência social e psicológica para serem reinseridos na vida social. Nair e João vivem sob proteção 24 horas por dia. Já Maria Luiza deixou o programa em maio de 2011, mas permanece sob assistência do governo. Assim como os três, os membros e ex-membros do programa estadual lutam para superar perdas. Tentam escrever capítulos de um final feliz. Diferente daqueles que transformaram suas vidas e destruíram alguns dos seus sonhos.
Fonte: DP - Raphael Guerra raphaelguerra.pe@dabr.com.br
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