Ciclo da Cana de Açúcar em Pernambuco

O ciclo da cana-de-açúcar foi a primeira atividade economicamente organizada do Brasil. teve início no Brasil colônia, na época em que foram criadas as capitanias hereditárias. A empresa açucareira brasileira foi durante os séculos XVI e XVII, a maior empresa agrícola do mundo ocidental. Mas foi no Nordeste do país, que a empresa atingiu seu grau maior de desenvolvimento, notadamente nos Estados de Pernambuco e Bahia, tornando assim o Nordeste como o centro dinâmico da vida social, política e econômica do Brasil. 
A primeira razão se deve ao fato de os portugueses já dominarem as técnicas de plantio da cana-de-açúcar. Esse tipo de atividade era realizado nas ilhas atlânticas de Madeira e Açores, que também eram colonizadas por Portugal. Além disso, o açúcar era um produto de grande aceitação na Europa e oferecia grande lucro. Por fim, também devemos destacar o clima e o solo brasileiro como dois fatores naturais que favoreciam esse tipo de atividade.



As primeiras lavouras apareceram nas regiões litorâneas e logo se desenvolveram com destaque nas capitanias de São Vicente e Pernambuco. Para formar as lavouras, os portugueses utilizaram a formação de grandes propriedades de terra. O uso de grandes lavouras era necessário para que os lucros com a cana-de-açúcar fossem elevados e vantajosos para os produtores e para o governo português. 


A Alfandega de Lisboa, em Portugal, registra o engenho de açúcar de Pedro Capico, na Ilha de Itamaracá, como contribuinte sobre a produção de açúcar. Pedro Capico chegou em Pernambuco (Itamaracá) em 1516, na armada de Cristóvão Jacques e se estabeleceu no local montando um engenho de açúcar próximo da feitoria de Itamaracá. Contudo, muitos consideram que o primeiro engenho do açúcar foi implantado no Brasil à partir de 1530, com a vinda de Martim Afonso de Souza, que fundou a primeira indústria de cana-de-açúcar em 1532 na capitania de São Vicente em São Paulo, provavelmente a partir de mudas oriundas da Ilha da Madeira Em 1570 já havia 60 engenhos no Brasil. Os cursos dos rios perenes favoreceram a atuação dos engenhos, como vias de escoamento da produção açucareira até os portos de embarque situados na costa.


A história do primeiro engenho de açúcar em Pernambuco refere-se A colonização do município de Ipojuca, que teve início em 1560, após a expulsão dos índios Caetés e outras tribos do litoral sul de Pernambuco. A partir daí, os colonos puderam migrar para as terras férteis e ricas em massapê de Ipojuca; essas terras são bastante propícias para o cultivo da cana-de-açúcar, o que causou um rápido surgimento de diversos engenhos na região. Entre os pioneiros estavam as famílias Lacerda, Cavalcanti, Rolim e Moura. 



Ipojuca consolidou-se como uma das mais importantes regiões do Sistema Colonial. Com dois portos - Suape e Porto de Galinhas - além da maior várzea de massapê do Nordeste, Ipojuca fazia parte do triangular do comércio colonial; Galinhas ganhou esse nome porque era assim que se se referia aos escravos trazidos da África, como mão de obra trazida para o cultivo da cana, já que os índios não eram acostumados e não resistiam a pesada rotina de trabalhos, sendo a assim a necessidade de trabalhadores mais fortes e resistentes.


A primeira leva de escravos negros que chega ao Brasil vem da Guiné, na expedição de Martim Afonso de Souza, em 1530. A partir de 1559, o comércio negreiro se intensifica. A Coroa portuguesa autoriza cada senhor de engenho a comprar até 120 escravos por ano. Sudaneses são levados para a Bahia e bantus espalham-se pelo Maranhão, Pará, Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo.



A agroindústria açucareira modificou de vez a paisagem pernambucana nos primeiros anos de colonização. O verde oliva das nativas florestas tropicais deram lugar ao verde da cana que se espalhava pelos morros, serras e várzeas.

Com o incremento da produção, multiplicaram-se os bangüês e as grandes moradias rurais dos senhores da nova riqueza agrária. Para manter essa riqueza, instalou-se uma corrente contínua de transplantação de escravos africanos, alojados nas senzalas, símbolos de uma era tenebrosa da agricultura brasileira.



A casa-grande, residência do senhor de engenho, assobradada ou térrea e sempre bem

imponente, constituía o centro de irradiação de toda a atividade econômica e social da propriedade. A casa-grande se completava com a capela, onde as pessoas da comunidade, aos domingos e dias santificados, reuniam-se para as cerimônias religiosas. Próximo se erguia a senzala, habitação dos escravos, classificados como "peças", que se contavam às centenas nos maiores engenhos. Os rios, vias de escoamento do açúcar, eram também com freqüência as únicas estradas de acesso: por eles vinham as toras que alimentavam as fornalhas do engenho e os gêneros e artigos manufaturados adquiridos alhures, como tecidos e louças, ferramentas e pregos, papel e tinta, barris de vinho ou de azeite.


As senzalas eram alojamentos utilizados por senhores de engenho como abrigo para seus escravos. Construídas com barro, madeira, telha ou palha foram nomeadas por Joaquim Nabuco como “o grande pombal negro”. Elas existiram juntamente com a escravidão, ou seja, entre os séculos XVI e XIX. Além de abafadas (por possuírem poucas janelas cercadas com grades) também eram desconfortáveis pela grande quantidade de pessoas alojadas ali. No mais, não possuíam divisórias e os seus “habitantes” se viam obrigados a dormir no chão – quase sempre de terra batida, em alguns locais, com palha. Há registros de senzalas que possuíam tarimbas: tábuas de madeira posicionadas a mais ou menos três pés de distância do chão. Apesar da precariedade, os homens dormiam separados das mulheres e das crianças. Os escravos também ficavam acorrentados dentro das senzalas, para evitar fugas.


Na parte exterior da construção a senzala possuía, à sua frente, o pelourinho – um tronco com corda utilizado para castigar os negros – e, aos fundos, sanitários primitivos feitos com barricadas de água cheias até a metade que eram esvaziados e limpos uma vez ao dia. Também há um fogão improvisado, utilizado pelos escravos para assar a própria comida – geralmente pesca e caça, ou sobras.

Abertas até as dez horas da noite para convívio, ao som de uma espécie de campainha as senzalas eram trancadas e somente reabertas no dia seguinte, uma hora antes do início das tarefas diárias.

Outros tipos de castigos sofridos pelos escravos nas senzalas:






Açoites: Instrumento feito com tiras de couro para castigar; chicote, azorrague. 2. Golpe, chicotada que se dá com o açoite.












Mordaça: método empregado nas minas de ouro para impedir que os escravos engolissem o metal.











Correntes e guilhões    







Fornalha: Onde os escravos acusados de crimes ou rebeliões eram castigados. Um imenso tacho era mantido aceso em brasa e ao redor em um pequeno espaço o escravo era colocado. A alta temperatura causava desidratação e desmaios, muitos eram queimados vivos.








Troncos: Existiam dois tipos de castigos nos troncos: com o tronco em pé e com as mãos para cima e o outro com as mãos para baixo.




"Nossa região ainda guarda muitas lembranças do período da escravidão, nos tempos dos senhores de engenhos. Muitas propriedades mantém ainda estruturas das casas grandes com datas de construção, outras foram destruídas pelo tempo e pelo descaso da falta do interesse cultura de manter viva a história local, que é um patrimônio do povo. O Engenho Gravatá, até o ano de 1998 mantinha em bom estado de conservação a senzala e a capela próximas a casa grande, imagem bem típica da época."



Fonte: Internet
Texto final: Yara Silva

5 comentários:

  1. Hola, soy Argentina y estoy vacacionando en Porto Galinhas y leer la historia de los Ingenios Azucareros, la terrible vida que llevaron los esclavos,te conmueve, es enriquecedora y triste a la vez. Pero por suerte el hombre ya no es esclavo.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir

Olá! Seja bem vindo. Agradecemos a sua participação através de elogios, sugestões ou reclamações, queremos saber da sua opinião sobre o nosso blog! Um grande abraço.