segunda-feira, 12 de março de 2012

Inflação oficial desacelera a 0,45% em fevereiro, informa IBGE

Com os preços dos grupos alimentação e bebidas em trajetória de desaceleração, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) perdeu ritmo em fevereiro, fechando o período com alta mensal de 0,45% ante o avanço de 0,56% registrado em janeiro. Conforme dados divulgados há pouco pelo Instituto de Geografia Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esta foi a menor taxa para o mês desde 2007, quando foi registrada variação de 0,44%. Com o resultado, o índice no acumulado de 12 meses encerrou o período em 5,84%.
 
Os produtos alimentícios apresentaram desaceleração de 0,86% para 0,19% na passagem mensal, enquanto em transportes a variação passou de 0,69% para -0,33% na mesma base de comparação. Segundo o IBGE, o comportamento das duas categorias foi importante para contrabalançar o impacto da alta dos preços em educação, que atingiu 5,62% ante o 0,21% apurado no mês anterior. 
 
"O IPCA de fevereiro é normalmente pressionado pela alta vinda da categoria educação. No mês passado, contudo, esse impacto sazonal foi contrabalançado pelo comportamento das categorias alimentos e transporte”, explicou a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. 
 
Segundo a coordenadora, neste início de 2012, o perfil da inflação está sendo diferente do registrado no começo de 2011. “Nos quatro meses iniciais do ano passado, os produtos alimentícios fizeram o indicador rodar em torno de 0,80%, mas, este ano, eles estão ajudando a segurar o IPCA”, observou. 
 
A perda de ritmo nos preços dos alimentos, que tem participação de 23,19% no índice, foi puxada principalmente pelas carnes, cujo preço caiu 1,99% em fevereiro, contra o recuo de 0,64% verificado em janeiro. “A desvalorização do dólar frente ao real fez com que as exportações caíssem, provocando uma sobreoferta no mercado interno em momento de redução da demanda doméstica”, observou Eulina. Com isso, os itens exerceram o segundo maior impacto para conter do avanço do IPCA (-0,05 ponto percentual). 
 
Ainda ajudaram a segurar a inflação do mês passado os alimentos consumidos no domicílio, que ficaram 0,03% mais baratos em fevereiro ante o 0,68% apurado em janeiro. Em movimento similar, o preço dos alimentos consumidos fora de casa também recuou, passando de 1,21% para 0,59%.
 
No caso dos transportes, cujo peso na composição do indicador é de 20,57%, a desaceleração mensal foi conseqüência sobretudo pela queda na variação do preço médio das passagens aérea (de 10,61% para -8,84%). “Apesar de fevereiro ainda ser um mês de alta temporada, diversas companhias aéreas colocaram à venda pacotes promocionais no período”, disse Eulina, ressaltando que os itens exerceram o maior impacto sobre o IPCA de feveriro (-0,06 ponto percentual). 
 
Os combustíveis também contribuíram para reduzir a inflação em transporte. O preço da gasolina, por exemplo, que há havia declinado 0,35% no primeiro mês de 2012, caiu 0,4% em fevereiro, em função da redução no valor do etanol, que atingiu 2,87% no período, ante a variação negativa de 1,25% verificada no intervalo anterior. “A colheita de cana-de-açúcar está em andamento em meio a uma menor demanda pelo biocombustível”, justificou a coordenadora.
 
Em comportamento similar, o valor médio das tarifas de ônibus urbanos teve desacelaração de 2,54% para 0,72% na mesma base de comparação. Os ônibus intermunicipais também apresentaram taxas menores no mês passado, registrando de 1,07%, percentual mais que três vezes inferior aos 3,23% apurados em janeiro.
 
Em relação à educação, cujo peso no IPCA é de 4,37%, Eulina lembrou que em 2010 e 2011 a inflação na categoria foi bem superior ao IPCA registrado em cada um dos períodos. No grupo, os cursos regulares tiveram alta de 6,23% em fevereiro, exercendo a maior pressão isolada sobre o IPCA (0,25 ponto percentual). Com base no comportamento que o grupo teve em fevereiro, a coordenadora argumentou que a tendência deverá se estender para 2012. “O impacto de educação na inflação do ano tende a ser maior, já que reajustes nas mensalidades escolares ainda serão efetuados em Fortaleza e mais altas neste subitem podem vir no segundo semestre”, disse. 
 
Segundo a coordenadora, o IPCA de março Será pressionado pelo reajustes de 8,8% na bandeirada de táxi em Refice. O indicador também deverá incorporar parte da elevação de 6,9%, em vigor desde 12 de fevereiro, nas tarifas de metrô e trem de São Paulo. O índice do mês que vem terá impacto ainda do aumento no preço do ônibus urbano em Curitiba 4%, que valerá a partir do dia 5. Por outro, o indicador deverá absorver parte da redução de 10,78% no preço das ligações de telefone fixo celular, feita no último dia 24.
 
Em alimentação, houve desaceleração de 0,16 ponto percentual de um mês para o outro. Já em transporte o arrefecimento foi de 0,21 ponto percentual. Na contramão, a variação na categoria educação foi positiva em 0,23 ponto percentual. “Em outras palavras, as reduções ocorridas nos dois grupos foi mais forte que a alta em educação que é sazonalmente apropriada em fevereiro”, disse.


Fonte:
Maria Carolina Ferreira | Jornal do Commercio

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