segunda-feira, 28 de maio de 2012

Transpetro suspende contrato do estaleiro

EAS tem até 30 de agosto para atender exigências, sob risco de perder encomendas de 16 navios petroleiros



Asaída da coreana Samsung Heavy Industries (SHI) da sociedade com o Estaleiro Atlântico Sul pode provocar muito mais estragos ao EAS, em Suape, e à nascente indústria naval pernambucana. O EAS tem que encontrar um parceiro tecnológico para substitutir os coreanos, até 30 de agosto próximo, sob risco de perder o contrato para construção de 16 dos 22 navios petroleiros encomendados pela Transpetro. Ontem, a Transpetro divulgou nota informado que estão suspensas a execução dos contratos com o EAS, dentro do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Companhia (Promef). 

Para fazer valer o contrato, o EAS terá que cumprir três exigências. Vai precisar encontrar um parceiro técnico com comprovada experiência na construção de navios, ter um plano de ação e um cronograma confiável e um projeto de engenharia que atenda às especificações técnicas contratuais. “Caso, ao final deste prazo (30 de agosto), o EAS não cumpra essas exigências, os contratos poderão ser rescindidos, mantida a possibilidade de aplicação de sanções previstas”, diz a nota. 

Com a suspensão, o Estaleiro Atlântico Sul deixa de receber recursos que seriam aportados para a construção dos navios. A Transpetro informou que não se responsabiliza por custos ocorridos nesse período. Confirmou que estão mantidas as contratações para construção de outros cinco navios, que aindam contam com a assistência tecnológica da Samsung.

A decisão da Transpetro foi tomada na última quarta-feira, dia 23, quando foi assinado com o EAS um aditivo ao contrato com a suspensão. “Eles não têm um parceiro técnico nem projeto. E sem isso não tem produtividade”, afirmou o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em entrevista a O Globo. “Sem competência não dá, nem para o estaleiro nem para nós. O que interessa não é brigar para acabar um navio. Temos que implantar uma indústria naval competitiva em nível mundial”, disse.

Os controladores do EAS, Camargo Corrêa e a Queiroz Galvão, informaram que o aditivo contratual da suspensão da encomenda foi assinado de comum acordo entre as partes. A medida, afirmam, dará maior flexibilidade para buscar outro parceiro ou provedor de tecnologia. Segundo fontes, as conversas mais adiantadas seriam com o o grupo japonês Ishikawajima-Harima Heavy Industries (IHI).

“Eu quero ter a garantia de que os navios serão entregues nos prazos previstos e com qualidade, e também que o estaleiro ganhe competitividade”, disse Machado. Segundo fontes do governo, Machado estaria com os dias contados à frente da Transpetro, justamente pela insatisfação da presidente Dilma Rousseff com o rumo das entregas dos navios. A retomada da indústria naval é ponto de honra do governo, como era na gestão Lula, emenda outra fonte.

Saída

A Samsung Heavy Industries (SHI) vendeu sua participação de 6% que detinha no Estaleiro Atlântico Sul, depois de rumores de que assumiria o controle acionário do EAS, com o apoio do governo federal. Também se cogitou que os coreanos assumiriam o controle operacional e aumentaria sua participação acionária. As outras sócias, Camargo Corrêa Naval e a Queiroz Galvão Participações e Concessões detém hoje 50% do empreendimento cada uma.

Saiba mais 

O EAS assinou em janeiro de 2007 o primeiro contrato com a Transpetro para construção de 10 navios Sezmax do Promef. No mês seguinte, começou a construção do estaleiro, em Suape. 

A Samsung entrou como parceira tecnológica em julho de 2007 e deixou a sociedade em março passado

Em 2008, o EAS assumiu contrato com a Transpetro para construir 5 petroleiros aframax, com a desistência do Estaleiro Rio Naval, vencedor da licitação.

Os outros contratos com a Transpetro para mais embarcações foram assinados em 2009

O navio João Cândido foi entregue na última sexta-feira à Transpetro

A segunda embarcação batizada de Zumbi dos Palmares tem previsão de entrega até o final deste ano

Encomendas da Transpetro

Promef 1:

10 navios Suezmax
5 navios Aframax    

Promef 2: 

4 Suezmax DP
3 Aframax DP


Fonte: Diário de PE

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