quarta-feira, 30 de maio de 2012

Especiais abordam o ensino do ponto de vista do professor


Numa iniciativa inédita, o Diario de Pernambuco vai abordar a educação do ponto de vista do professor – principal ferramenta da transmissão de ensino. O projeto enfoca a importância da formação profissional para o desenvolvimento do país. Foram percorridos mais de 15 mil quilômetros nos nove estados nordestinos, verificando in loco a realidade do professor da escola pública e como isto se reflete na aprendizagem do aluno. A nota do Índice do Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2009 norteou a escolha das instituições de ensino. A equipe formada pelas repórteres Leianne Correia e Rosa Falcão, com o repórter fotográfico, Helder Tavares, visitou 18 escolas em 18 municípios. O resultado os leitores vão conferir em dois cadernos de reportagens publicados amanhã. 

Optamos pela menor e pela maior nota do Ideb de cada estado para investigarmos como o professor da melhor nota conseguiu tal desempenho do aluno e o que faltava ao professor de menor nota para mudar o resultado. A apresentação do caderno será um diferencial nos produtos com a marca Diario de Pernambuco. São 24 páginas, doze em cada caderno, com relatos e experiências que vão impressionar os leitores. 

“O projeto Contrutores do Futuro é um trabalho de raro fôlego jornalístico que oferece ao leitor um conteúdo exclusivo e diferenciado em múltiplas plataformas. Vale a pena conferir o resultado de 15 mil km de viagem pelo Nordesde na versão impressa, no hotsite  especial na web e o diário de bordo no iPad”, afirma a diretora de redação do Diario, Vera Ogando. 

No caderno com a menor nota, será apresentado o problema pelo qual passa a educação nordestina. As constatações são assustadoras. Se por um lado houve avanços na universalização do ensino público e na redução dos índices de analfabetismo, a região patina na qualidade da escola pública. O nó da questão é, de fato, a formação do professor. São alunos que passam do ensino médio e chegam às universidades com deficiências de aprendizado. 

Saem dos cursos de licenciatura e pedagogia despreparados para ensinar, sem prática de ensino e, o pior, repetindo conteúdos descolados da realidade do aluno. Conscientes das dificuldades e das carências do ensino público, os professores fazem o possível e o impossível para educar. Sabem que o país precisa quebrar este ciclo nefasto para conseguir o salto qualitativo da educação. O mais grave é o imobilismo pode comprometer uma geração, com sérios riscos de barrar o círculo virtuoso do crescimento econômico do Brasil.

No caderno com a maior nota, vamos indicar os caminhos e soluções para resolver o problema da qualificação do professor e, consequentemente, da educação. Especialistas ouvidos pela reportagem apontam o investimento na qualificação do professor como um dos caminhos para a melhoria do ensino público. Outro ponto crucial é a revisão da grade curricular dos cursos de licenciatura e pedagogia, além da melhoria salarial e, principalmente, o resgate da profissão. 

Países que apostaram na educação para crescer conseguiram dobrar seus indicadores econômicos. Na Coreia do Sul, por exemplo, na década de 1970, o país tinha um Produto Interno Bruto (PIB) que era a metade do Brasil. Hoje, quatro décadas depois, este índice é o dobro. O segredo do sucesso: investimento na formação do professor. 

No país asiático, o professor tem reconhecida a sua importância no desenvolvimento do país. Só para se ter uma ideia, eles são chamados de “construtores do futuro” – daí o batismo dos cadernos de reportagens. O tema é tratado de uma maneira uniforme, apresentando gráficos e infografias que reforçam os argumentos nas entrevistas e depoimentos. As imagens transportam o leitor aos locais que visitamos. Boa leitura.

Fonte: Diário de PE

Um comentário:

  1. Todo mundo sabe bem quais os problemas nas escolas do Brasil, mas o maior problema de todos é que o governo divulga números irreais para mostrar que esta fazendo algo e resolvendo tudo enquanto parte da sociedade finge que acredita nisso e a outra parte não está nem aí! Falo isso como uma professora que estudou durante anos na faculdade teorias muito lindas sobre como melhorar o ensino-aprendizagem nas escolas públicas e sentiu na pele a dificuldade e a quase impossibilidade de se aplicar a maior parte do que aprendi nas salas de aula (não só por falta de estrutura nas escolas, mas também por perceber que os problemas do aluno vão além dessas deficiências físicas, é uma questão sociocultural que envolve também a comunidade, a família, as influências na sua educação, etc.).
    Analisar a situação da educação do ponto de vista do professor e não apenas de teóricos da educação (que muitas vezes nem visitam as escolas públicas) vai ser algo interessante e com certeza trará novas perspectivas ao leitor a respeito do assunto.

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