segunda-feira, 30 de abril de 2012

O novo rosto da transparência


Diretora de Prevenção da Corrupção da CGU, a advogada mineira tem a tarefa de implementar a Lei de Acesso à Informação.

Se a Lei de Acesso à Informação, que entra em vigor no próximo 16 de maio, tivesse um rosto, ela teria olhos azuis, cabelos pretos repicados no ombro e sotaque mineiro. Aos 32 anos, a advogada Vânia Ribeiro Vieira, diretora de Prevenção da Corrupção da Controladoria-Geral da União (CGU), está à frente de uma maratona para tirar do papel uma legislação que vai contra práticas seculares do que ela mesma chama de “cultura do segredo”. Firme, mas sem perder o jeito dócil de falar, caberá a Vânia convencer um governo inteiro de que a transparência agora é lei.

Quando a Lei de Acesso foi aprovada no Congresso e sancionada pela presidente Dilma Rousseff, em novembro de 2011, terminou uma batalha de anos da sociedade e começou outra, não mais simples, dentro do governo. O périplo incluiu quase todos os ministérios, a que Vânia foi, um a um, para explicar a lei, mostrar por que ela fortalece a democracia e, mais que tudo, deixar claro que qualquer informação produzida pelo Estado sempre será, em princípio, pública. Não foi fácil. “As pessoas ainda não veem o acesso à informação como parte do nosso serviço”, conta.

Pela nova regra, cada órgão público terá uma área em sua página na internet com informações básicas e um Serviço de Informação ao Cidadão (SIC) para receber e entregar as demandas de informação. “O prazo de seis meses para a lei entrar em vigor foi exíguo. Mas vamos ter operacionalidade em todo o governo”, explica.

Advogada pela Universidade Federal de Minas Gerais, acostumou-se cedo com tarefas grandiosas. Entrou na CGU por concurso em 2004. Aos 26 anos, tornou-se procuradora federal da Advocacia-Geral da União, órgão que até hoje a cede para a CGU. As missões pesadas contrastam com a pouca idade. “Você que é a doutora Vânia? Nova assim e com tanta responsabilidade?”, surpreendem-se os que lhe são apresentados.

O trabalho domina a rotina da advogada. Muitas vezes, chega antes das 9h e só sai depois das 22h. Seguindo um estilo cada vez mais comum no governo, também não desliga fora do expediente. Leva a tiracolo um iPad e um iPhone. Envia e responde e-mails de madrugada. “A tecnologia é parceira da transparência”, justifica.

Foi a tecnologia, aliás, que a colocou em um dos momentos mais tensos da CGU, quando estorou o escândalo dos cartões corporativos. “O portal nunca tinha tido aquela visibilidade. Ali tivemos uma decisão de governo de não questionar a transparência.” O respaldo do Planalto  faz com que Vânia passasse a defender a responsabilização jurídica de empresas envolvidas em corrupção. 

Fonte: Diário de PE

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