Instituto continua aberto

As quatro mulheres ficaram cegas de um olho após se submeterem a cirurgias de catarata no Instituto da Visão de Pernambuco, em Caruaru, Agreste do estado, há exatamente uma semana. Elas foram acometidas por uma infecção grave, que pode ter sido causada pela bactéria Pseudomonas. O caso, que foi publicado com exclusividade pelo Diario no último sábado, veio à tona depois que as pacientes foram encaminhadas para o Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope), no Recife, na tentativa de reverter o quadro de infecção por meio de transplantes de córnea. 

As pacientes começaram a apresentar vermelhidão e dores nos olhos 24h depois das cirurgias, sintomas considerados normais para o procedimento. Porém, os quadros foram se agravando e elas foram transferidas para o Recife na última quarta-feira. Como o grau de degeneração dos órgãos já estava avançado demais, não foi possível realizar os transplantes. As quatro mulheres já receberam alta e retornaram para casa, no interior do estado.

 Em entrevista ao Diario, o oftalmologista responsável pelos procedimentos e um dos sócios do hospital, Renato Lira, afirmou que irá aguardar os laudos para saber o que causou as infecções, mas acredita que foi uma fatalidade. “Ficaremos à disposição das pacientes e de suas famílias. Nós queremos contribuir com a investigação para saber o que, de fato, aconteceu. Tenho consciência que minha obrigação como médico eu cumpri”, afirmou. O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) instaurou uma sindicância para apurar a conduta médica diante do ocorrido. A parte clínica do Instituto da Visão de Pernambuco continua funcionando.

Mais uma vez o município de Caruaru ganha destaque por problemas relacionados à saúde. Em 1996, 73 pacientes que faziam hemodiálise no Instituto de Doenças Renais (IDR) morreram porque a água usada estava contaminada pela toxina microsystina LR, liberada por um tipo de alga. 

Fonte: Diário de PE