segunda-feira, 16 de abril de 2012

Compras irregulares marcam governo

Prefeitura de Escada é alvo de investigação da Câmara de Vereadores e do Ministério Público


O clima de euforia e otimismo com o ciclo de desenvolvimento econômico em Escada, na Mata Sul, não tem influenciado a política local. A disputa eleitoral deste ano, na cidade, já é permeada pela troca de acusações entre os grupos políticos. No centro das denúncias, o prefeito Jandelson Gouveia (PR), que está há quase oito anos no poder. Depois de enfrentar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores, o gestor agora responde a denúncias de improbidade. 

A acusação mais recente contra o prefeito, também oriunda da Câmara, diz respeito ao suposto uso de “laranjas” e enriquecimento ilícito. O caso é investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O município é o quarto do estado visitado pela reportagem para acompanhar como está o cenário pré-eleitoral. 

Documentos em poder do MPPE mostram que o assessor de comunicação da prefeitura Manoel Ricardo da Silva, cujo salário é de R$ 1.979,93, adquiriu um terreno de 2,4 mil metros quadrados em uma localidade nobre do município, próxima à rodovia BR-101, ao custo de R$ 60 mil. Na área, que estava prestes a ser desapropriada pela prefeitura, está sendo erguido um conjunto de 48 apartamentos. Procurado pela reportagem, o funcionário público disse que só falaria na Justiça.

O assessor é um dos citados pelo MPPE em uma outra investigação, esta sobre a suposta doação de terrenos públicos para pessoas ligadas ao prefeito. A lista envolve seis nomes e tem entre beneficiados com as terras o cunhado do prefeito.

Em fevereiro de 2008, a Prefeitura de Escada requereu a desapropriação de um terreno de 2,7 mil metros quadrados em outra área nobre da cidade. O valor dessa vez foi de R$ 95 mil. A área seria para “construções de interesse público”. Menos de um ano depois começaram a surgir casas no local. Grande parte com dois pisos. Recentemente o MPPE determinou a desocupação. A recomendação não foi atendida por completo. 

O promotor da cidade, Ivo Pereira de Lima, preferiu não se pronunciar para “não prejudicar o andamento dos casos”. O prefeito Jandelson Gouveia também se recusou a falar sobre qualquer um dos assuntos, afirmou que a reportagem o estava acusando de algo que ele não tinha conhecimento e disse que as perguntas deveriam ser feitas à Câmara de Vereadores. 

Fonte: Diário de PE/Política

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