sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A pior seca em 50 anos

O Nordeste está sofrendo a pior seca em décadas. A estiagem esvaziou os reservatórios de usinas hidrelétricas, em uma região propensa a apagões, e ameaça o crescimento econômico em uma das fronteiras agrícolas brasileiras. A falta de chuva prejudicou fortemente as culturas de milho e algodão, deixou gado a morrer de fome em pastos secos e reduziu em cerca de 30% a colheita de cana na região, responsável por 10% da produção do país.

Milhares de pequenos agricultores têm visto os seus meios de subsistência definhar nos últimos meses, com carcaças de animais abandonadas em algumas áreas que não registram quase nenhuma chuva há dois anos. “Estamos vivendo a pior seca em 50 anos, com consequências que podem ser comparadas a um violento terremoto”, disse Eduardo Salles, secretário de Agricultura da Bahia.

No fim de dezembro, as barragens no Nordeste tinham, em média, apenas 32% da capacidade, de acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS). Isso coloca os reservatórios abaixo dos 34% que o ONS considera suficientes para garantir o abastecimento de energia. Com os níveis das represas caindo, a Petrobras importou cerca de quatro vezes mais gás natural liquefeito (GNL) nos primeiros nove meses de 2012 para abastecer usinas térmicas, que são usadas como alternativa às hidrelétricas.


Apagão

Em 27 de dezembro, a presidente Dilma Rousseff rejeitou falar de uma crise energética, chamando de “ridícula” a ideia de o Brasil eventualmente precisar racionar energia, como ocorreu em 2001, quando a escassez de eletricidade reduziu o crescimento econômico do país. No entanto, já houve alguns sinais de tensão. Em outubro, o Nordeste experimentou seu pior apagão em mais de uma década, afetando a produção da indústria petroquímica da Bahia.

O Ministério da Agricultura informou que o governo não calculou a perda de colheitas , mas está oferecendo linhas adicionais de crédito para pequenos agricultores. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está enviando milho para a região na esperança de salvar o gado. O governo da Bahia, no entanto, considerou as medidas insuficientes e pediu mais recursos para ajudar as 20 milhões de pessoas que vivem na região do semiárido.

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